- O que é design thinking?
- Design centrado no usuário
- As principais ferramentas do Design Thinking
- Quais são as etapas do duplo diamante?
- Design = Projeto = Pensamento/Thinking?
- Inovação e disrupção
O que é design thinking?
Primeiramente: mais do que um método ou uma sequência de etapas, estamos falando de um jeito de pensar. O pensamento do designer tem na sua essência o projeto. Pensar um projeto é basicamente organizar uma sequência de etapas em função de um objetivo específico. Assim, o design thinking nada mais é do que uma especialidade de gestão e planejamento voltada para a colaboração, inovação e criatividade.
Qualquer planejamento que seja: 1. executado sistematicamente 2. analisado a partir de uma matriz de requisitos definida anteriormente e, por fim, 3. aprimorada e confrontada novamente com esta matriz que, por sua vez, também foi atualizada; pode ser chamado de design thinking.
O termo design thinking foi difundido pela IDEO, então as palavras de Tim Brown, um de seus fundadores, são uma das melhores fontes para compreender o conceito a fundo:
“Design thinking é uma disciplina que usa a sensibilidade e os métodos do designer para suprir as necessidades das pessoas com o que é tecnologicamente factível, e recorre ao que uma estratégia de negócios viável pode converter em valor para o cliente e oportunidade de mercado.”
– Tim Brown, fundador da IDEO
Design centrado no usuário
A partir da citação do fundador da IDEO compreendemos que o ponto de partida está nas necessidades das pessoas. Assim, o conceito de empatia para o designer está além de qualquer convicção ou posicionamento político. Compreender o usuário é central para um bom projeto.
Afinal, se o designer é responsável por dar forma às ideias (sendo esse conceito também presente na raiz etimológica da palavra informação, segundo Flusser em O Mundo Codificado – Cosac & Naify, julho 2007), ao desempenhar seu ofício ele está formando e informando a sociedade (no sentido de oferecer conhecimento sim, mas também no sentindo de dar forma), e sua criação só fará sentido se esses novos produtos da sua criatividade solucionarem problemas reais de forma eficiente e coerente.
Os conceitos importantes para o Design Thinking existem desde que existe interação entre seres humanos. O pensamento que o designer precisa ter é natural e parte do nosso instinto de sobrevivência, mas ter consciências do processos por trás dele e saber conduzi-los coletivamente afim de um objetivo comum é o verdadeiro desafio.
O designer responsável desenvolve seu projeto de acordo com os aprendizados colhidos das interações com os usuários. Essa etapa, comumente chamada de briefing em diversos ambientes, se caracteriza pela coleta de informações. Embora a IDEO tenha começado o movimento do design thinking falando muito do usuário, a própria frase do Tim Brown já indica a importância de levar em consideração todos os stakeholders (todos que podem ter algum tipo de interesse pelas ações a serem tomadas).
As principais Ferramentas do Design Thinking
Softwares são essenciais, conhecer os melhores programas e as melhores técnicas de 2024 é essencial, mas nada é mais importante do que a base, o fundamento teórica de onde tudo parte, porque a ferramenta é só um meio, e não o propósito final. Dito isso, temos pelo menos 5 grande grupos de ferramentas para conduzir uma boa dinâmica seguindo os princípios do design thinking:
Entrevistas, observações, mapas mentais, de empatia e de persona: Entender as necessidades e desejos dos usuários, criar perfis de usuários para entender melhor suas necessidades afim de visualizar ideias e suas conexões.
Ideação, brainstorming: gerar um grande número de ideias e soluções criativas.
Prototipagem, maquetes, wireframes e testes de usabilidade: Criar representações tangíveis das ideias e validar as soluções com usuários reais.
Iteração: Refinar as soluções com base em ciclos de feedback e revisões.
Workshops, colaboração multidisciplinar, storyboards, apresentações e post its: conectar emocional e pragmaticamente os usuários à solução a fim de envolver equipes de diferentes áreas para enriquecer o processo criativo.
Quais são as etapas do duplo diamante?
O duplo diamante pode ser visto como um processo linear que, na verdade, deve ser iterativo, isto é: um processo cíclico e contínuo. Sua estrutura básica pode ser definida em uma matriz de 4D’s,: Discover, Define, Develop, Deliver.
- Descobrir (Expansão)
- Definir (Síntese)
- Desenvolver (Expansão)
- Entregar (Síntese)
São quatro etapas com o objetivo de, ao final do processo, entregar um protótipo acompanhado de um plano de ação para lançamento do projeto.
Na etapa Descobrir, o foco é na expansão. Aqui, o objetivo é explorar o contexto, compreender profundamente o problema e reunir informações diversas. Por meio de entrevistas, observações e pesquisas, o time se abre para diferentes perspectivas e mapeia as dores dos usuários. Essa é uma fase onde a curiosidade e a empatia são fundamentais para garantir que nada relevante fique de fora.
Em Definir, ocorre uma mudança para a síntese. O volume de informações coletado é analisado e organizado para identificar padrões e estabelecer um foco claro para o projeto. Essa fase exige rigor analítico e colaboração, garantindo que a definição do problema seja precisa e fundamentada. A transição da expansão para a síntese, característica dessa etapa, é o que direciona os esforços criativos subsequentes de forma estratégica.
Na fase Desenvolver, o processo retorna à expansão. É o momento de gerar soluções criativas, prototipar ideias e experimentá-las. A iteratividade ganha força aqui, pois é comum testar, ajustar e aprimorar as propostas em ciclos rápidos. Esse dinamismo permite que ideias sejam validadas na prática, envolvendo usuários e stakeholders no refinamento das soluções.
Por fim, a etapa Entregar concentra-se novamente na síntese. As soluções escolhidas são finalizadas e implementadas, com foco na execução eficiente e na medição dos resultados. Essa última fase fecha o ciclo do Duplo Diamante, mas também deixa portas abertas para novos processos, uma vez que os insights obtidos podem gerar melhorias e impulsionar novos ciclos de design.
Essa dinâmica cíclica é essencial para criar soluções inovadoras e fundamentadas em necessidades reais. Esse processo tem verdadeiro valor quando combinado à postura de design centrado no usuário (nos termos cunhados pela própria IDEO).
Design = Projeto = Pensamento/Thinking?
Não, porque a inteligência desenvolvida pelo conceito de design thinking não se resume à tradução literal das duas palavras. Além do significado que podemos compreender de qualquer uma dessas palavras, está a potência de criar a partir das necessidades reais das pessoas. Já que nenhuma palavra traduz esse propósito (nem mesmo o Design Thinking tem esse significado – pelo menos não isolodamente), é importante compreender o verdadeiro próposito do design thinking.
Com toda a certeza o olhar original, apegado ao conceito criado pela IDEO que, por mais idealista que soe, é o que cria designers responsáveis por realmente mudar o mundo para melhor, mesmo que isso aconteça a cada novo protótipo de um ou outro item do nosso cotidiano, ou layouts do nosso dia a dia onde, muitas vezes, o nosso trabalho com design passa absolutamente despercebido (a saber: esse é o auge do bom design – pelo menos na visão do modernismo funcionalista).
Só que é igualmente válido simplificar o pensamento, esquecer de toda a teoria e ferramentas e simplesmente aplicar o design thinking buscando trazer qualquer conceito ou tecnologia que venha do design para outras áreas de atuação. A interdisciplinaridade está na raiz do design thinking e ele, por sua vez, pode sim ser muito complexo, mas também está no dia a dia e pode ser absolutamente simples.
Inovação e disrupção
Qualquer projeto tem como propósito solucionar um problema.
Pode ser uma solução melhor para um problema já “resolvido”, ou uma nova maneira de lidar com alguma situação. Todo processo de design busca um novo olhar (mais eficiente, atraente, interessante, etc.).
Em síntese, essa é a essência da inovação: fazer algo de uma forma que ainda não é usual. Não é necessário ser o primeiro a solucionar aquele problema, basta solucionar de uma forma que seja pouco explorada, e para isso existe um mapa muito bem definido.
Criação e facilitação são as principais atividades para executar um bom processo de design thiking. Se quiser conversar sobre esses assuntos, é só chamar, porque se você leu esse artigo até o final eu tenho certeza que você gosta de cocriação, e por isso eu quero te convidar para conhecer o HUB e toda a nossa equipe!
Fontes: IDEO, Rock Content, Sebrae